Sankofa

ímbolo da ação do IPEAFRO e nome do nosso evento, Sankofa pertence ao conjunto adinkra, escrita ideográfica dos povos acã da África ocidental.

Além de grafar os adinkra, os africanos os vestem em panos estampados; os esculpem em joias e em peças de ferro que funcionam como contrapeso para pesar o ouro; os talham em madeira como assentos reais e bastões de diplomatas, simbolizando a soberania de estados políticos, reinos e impérios.

Foto: Chester Higgins Jr.


No Suplemento Didático da Linha do Tempo dos Povos Africanos do IPEAFRO, que estará a mostra na exposição, você encontra informações sobre os adinkra e outras escritas africanas, antigas e modernas, desmentindo a ideia equivocada segundo a qual os povos africanos careceriam de uma cultura escrita e portanto não conheceriam a literatura.

O pássaro Sankofa, olhando para trás, representa a sabedoria de aprender com o passado para construir o presente e o futuro. Como ideograma, ele se apresenta em formas estilizadas e figurativas.


Se wo were fi na wo
sankofa a yenkyi.

Nunca é tarde para voltar e
apanhar o que ficou atrás.

O Ipeafro segue essa ideia Sankofa, vivendo uma síntese entre presente, passado e futuro. Nós do Ipeafro procuramos dar continuidade à ação de Abdias Nascimento e das organizações que ele criou, como o Teatro Experimental do Negro e o Museu de Arte Negra, todas dedicadas ao objetivo de construir um futuro melhor para as crianças, os jovens e as novas gerações.

Você encontra uns 90 ideogramas adinkra, com seus respectivos nomes, provérbios, e significados epistemológicos, no livro Adinkra: Sabedoria em símbolos africanos (Pallas Editora, 2009). Você também pode visitá-los no nosso site.


Os adinkra se encontram também na coleção Sankofa, um conjunto de quatro livros organizados pela professora doutora Elisa Larkin Nascimento, publicado por Selo Negro Edições.

Volume 1 – A matriz africana no mundo
Volume 2 – Matriz africana e ativismo negro no Brasil
Volume 3 – Guerreiras de natureza: Mulher negra, religiosidade e ambiente no Brasil
Volume 4 – Afrocentricidade: Uma abordagem epistemológica inovadora